quinta-feira, 28 de outubro de 2010 Tags: 0 comentários

Tropa de Elite 2: a corrupção do sistema!


O filme Tropa de Elite 2 é um daqueles que se destaca pelo conteúdo. Eu pensei bem e percebi que além da postagem sobre o combate a pirataria, o filme merecia uma reflexão sobre os questionamentos levantados ao longo da estória.

Tropa de Elite é um filme cuja mensagem central é a luta contra o trafico nas favelas do Rio de Janeiro. Em Tropa de Elite 2, o tema é ampliado. No começo do filme o Coronel Nascimento enfrenta um episodio trágico que resulta na sua destituição do cargo de comandante do BOPE. Este fato foi consequência imediata da intervenção ocorrida no presidio onde se passa o começo do filme. O filme apresenta uma rebelião, primeiro instante onde pode se perceber o tema central do filme: a corrupção.

O conflito das facções é facilitado pelos agentes penitenciários. O BOPE invade o presidio em busca, teoricamente, da pacificação. O episódio termina com uma chacina. Me fez lembrar o que aconteceu no Carandiru. Seria uma releitura?

O fato é que acontece uma critica devastadora ao sistema carcerário brasileiro. O filme expõe algumas das falhas existentes. É quando abre-se a primeira brecha para a critica a própria policia, indo da insubordinação até a corrupção. Nesta altura do filme, o Capitão Mathias matou a sangue frio o criminoso mais barra pesada do Rio de Janeiro, responsável pela rebelião. A imprensa retalhou o acontecimento, pois a situação já estava sob controle.  Porém, para a opinião pública a situação era outra. Como sempre repete o Coronel Nascimento: “bandido bom é bandido morto”.

O que dá para perceber é que as pessoas sentem carência a respeito da própria segurança. Elas precisam de heróis, e este é o papel assumido pelo protagonista do filme durante toda a trama. Tropa de Elite 2 amplia a temática do primeiro filme. O Coronel Nascimento torna-se o subsecretário de segurança pública. Ele começa a reorganização do BOPE.

Aparentemente, ele consegue solucionar a questão do tráfico. Mera ilusão, é a deixa para as milícias surgirem no filme, e mais tarde a politica também despontar como parte do problema. Tropa de Elite 2 faz uma reflexão sobre o sistema em que todos nós estamos imersos. É um tipo de ciclo vicioso, que torna as dificuldades maiores do que realmente são, espalhando-as por todos os níveis da sociedade.

O filme veio em boa hora. É ano de eleições. A abordagem sobre a politica é muito consistente. Especialmente no final do filme. A sequência do Coronel Nascimento depondo na CPI levanta a questão da integridade moral daqueles que representam a população. Lá, ele diz que metade do congresso é corrupto; ou que haveriam no máximo 5 ou 6 deputados com a ficha limpa. Porém, a critica vai mais longe: “a Polícia Militar deveria ser extinta”.

O filme mostra de forma implícita como nosso país é mal gerenciado, seja por aqueles que estão no poder ou por falta da presença daqueles que entregam o poder em suas mãos. A conclusão do filme é que se o sistema esta corrompido não adianta trocar as pessoas. Mantido o ciclo, quem entra no sistema acaba se ajustando a ele. Então, de que adianta mudar as peças, se o sistema permanece corrompido?

A resposta do Coronel Nascimento traduz o que eu penso: “eu quero e fuder com o sistema”.

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