Cordiais saudações! Os Comunicólogos curtiram as férias, mas estão de volta, com Blog repaginado e ânimo nas alturas. Não podíamos abandonar este Blog, afinal ele tem um significado especial para nós. E falando em significado, esta palavra remete para o assunto da minha postagem de hoje. Recomeçando as aulas. Disciplinas novas. E uma pergunta foi repetida algumas vezes em sala de aula: O que é Semiótica? Bom, eis a questão... Hehehe...
Um primeiro contato com esta palavra pode causar alguma cisma. A sonância (semi-ótica) ocasiona um impacto auditivo que induz algumas interpretações. Os conceitos previamente formados são inevitáveis. Porém, Semiótica não é “ótica de símio”, nem “meia ótica, ou metade de uma ótica”. A palavra Semiótica tem a sua origem no grego “semeion”, que significa “signo”. Semiótica é, portanto a ciência dos signos, ou arte dos sinais. À primeira vista talvez soe estranho, todavia vamos aprofundar na questão, e o véu do dubitável paulatinamente desaparecerá...
O que é um signo? Uma coisa eu garanto: não tem nada de zodiacal no significado que abordaremos doravante. Assim diz o dicionário Houaiss “designação comum a qualquer objeto, forma ou fenômeno que remete para algo diferente de si mesmo e que é usado no lugar deste numa série de situações”. Deu para entender? O que a suástica lhe traz a mente? (O Nazismo? Hitler?) E um crucifixo? (Cristianismo? Ou Jesus Cristo?) E por que você faz estas associações? Por que estes símbolos remetem especificamente a estes elementos e não outros?
Se você está me acompanhando, acabamos de adentrar no campo de interesse da Semiótica. Um signo é o que eu chamaria de “fator significante”, em outras palavras, algo que significa alguma coisa. Alguma coisa para quem? Para um sujeito que o percebe. Como assim? Quando eu desperto para o mundo, assimilo-o pelas percepções interna e externa, isto é, por via empírica (sentidos), e por via pura (raciocínios apriorísticos). Estou sempre trazendo o mundo para mim. Um signo nada mais é do que algo que aponta para algum objeto, como uma seta. O signo representa um objeto. Ele não é um objeto, mas aponta para ele ou o substitui. É mais ou menos assim: uma pintura da Muralha da China aponta para a Muralha da China, faz pensar nela, representa-a, mas não é a Muralha da China, permanece ainda pintura. Esta pintura é um signo. Representa algo. Aponta para alguma coisa (no caso, a Muralha da China). Transporta ou determina um significado. De certo modo, substitui a Muralha propriamente dita, como fariam também uma fotografia da Muralha, ou um filme, desenho, ou mesmo o meu olhar sobre a Muralha durante a transmissão das Olimpíadas de Pequim. São todos signos que apontam para uma mesma coisa: a Muralha da China.
É uma relação complexa. Vamos considerar outro exemplo: abro um livro e nele vejo uma fotografia do cientista Albert Einstein. A fotografia é um signo. Ele remete para o ser humano Einstein, que é diferente da foto, sendo, todavia substituído por ela. A foto representa o homem. Esta relação de representação que acontece entre o signo (foto) e o objeto (Einstein) produz na minha mente um segundo signo, que produz o significado desta percepção. Raciocinamos utilizando signos, pois necessitamos de estabelecer significados para as coisas (seria a comunicação uma permutação sigmática?). É fato: tudo o que está em nossa mente carrega algum sentido latente consigo.
Os signos surgem então da união entre significado e significante. Há uma representação, que cria um significado e remete a um objeto (aqui poderíamos dizer que o signo intermedia o contato entre sujeito e objeto; uma Fenomenologia da percepção apontaria os signos como “átomos”, unidades básicas do processo de interação entre pessoas). Os signos são vitais para a comunicação, pois sem eles não haveria linguagem, e conseqüentemente, relações interpessoais. Os signos são responsáveis pelo sentido da comunicação. Aliás, a definição de linguagem do dicionário Houaiss é a seguinte: “sistema de símbolos ou objetos instituídos como signos”. E é bom ressaltar que tudo o que tem a capacidade de transportar significação, pode ser chamado de signo, independente de sua natureza. Seja som, figura, filme, objeto, gesto, palavra, etc. São todos signos, pois são formas de linguagem. Poderíamos ainda visualizar o seguinte: Direito é a linguagem das leis, Medicina é a linguagem da saúde, Óptica é a linguagem da luz e Citologia é a linguagem das células. Comunicam algo. Representam alguma coisa. Portam significado. Este é o ponto!
Estas são as sendas da Semiótica. Uma ótica nova, que analisa a diversidade de perspectivas possíveis para a linguagem em geral. "A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno de produção de significação e de sentido." (Lúcia Santaella). Isto é Semiótica! Alguns chamam de doutrina dos signos. Outros preferem a expressão ciência dos signos. Trata-se na verdade de uma investigação sistemática da natureza, propriedades e tipos de signo.
Representa algo? Carrega ou produz algum significado? Remete alguém a algum objeto? Então, é um signo! E é objeto de estudo da Semiótica! Esta na verdade, antes de ser uma “semi” ótica, é uma “meta” ótica...
Até a próxima...
Um primeiro contato com esta palavra pode causar alguma cisma. A sonância (semi-ótica) ocasiona um impacto auditivo que induz algumas interpretações. Os conceitos previamente formados são inevitáveis. Porém, Semiótica não é “ótica de símio”, nem “meia ótica, ou metade de uma ótica”. A palavra Semiótica tem a sua origem no grego “semeion”, que significa “signo”. Semiótica é, portanto a ciência dos signos, ou arte dos sinais. À primeira vista talvez soe estranho, todavia vamos aprofundar na questão, e o véu do dubitável paulatinamente desaparecerá...
O que é um signo? Uma coisa eu garanto: não tem nada de zodiacal no significado que abordaremos doravante. Assim diz o dicionário Houaiss “designação comum a qualquer objeto, forma ou fenômeno que remete para algo diferente de si mesmo e que é usado no lugar deste numa série de situações”. Deu para entender? O que a suástica lhe traz a mente? (O Nazismo? Hitler?) E um crucifixo? (Cristianismo? Ou Jesus Cristo?) E por que você faz estas associações? Por que estes símbolos remetem especificamente a estes elementos e não outros?
Se você está me acompanhando, acabamos de adentrar no campo de interesse da Semiótica. Um signo é o que eu chamaria de “fator significante”, em outras palavras, algo que significa alguma coisa. Alguma coisa para quem? Para um sujeito que o percebe. Como assim? Quando eu desperto para o mundo, assimilo-o pelas percepções interna e externa, isto é, por via empírica (sentidos), e por via pura (raciocínios apriorísticos). Estou sempre trazendo o mundo para mim. Um signo nada mais é do que algo que aponta para algum objeto, como uma seta. O signo representa um objeto. Ele não é um objeto, mas aponta para ele ou o substitui. É mais ou menos assim: uma pintura da Muralha da China aponta para a Muralha da China, faz pensar nela, representa-a, mas não é a Muralha da China, permanece ainda pintura. Esta pintura é um signo. Representa algo. Aponta para alguma coisa (no caso, a Muralha da China). Transporta ou determina um significado. De certo modo, substitui a Muralha propriamente dita, como fariam também uma fotografia da Muralha, ou um filme, desenho, ou mesmo o meu olhar sobre a Muralha durante a transmissão das Olimpíadas de Pequim. São todos signos que apontam para uma mesma coisa: a Muralha da China.
É uma relação complexa. Vamos considerar outro exemplo: abro um livro e nele vejo uma fotografia do cientista Albert Einstein. A fotografia é um signo. Ele remete para o ser humano Einstein, que é diferente da foto, sendo, todavia substituído por ela. A foto representa o homem. Esta relação de representação que acontece entre o signo (foto) e o objeto (Einstein) produz na minha mente um segundo signo, que produz o significado desta percepção. Raciocinamos utilizando signos, pois necessitamos de estabelecer significados para as coisas (seria a comunicação uma permutação sigmática?). É fato: tudo o que está em nossa mente carrega algum sentido latente consigo.
Os signos surgem então da união entre significado e significante. Há uma representação, que cria um significado e remete a um objeto (aqui poderíamos dizer que o signo intermedia o contato entre sujeito e objeto; uma Fenomenologia da percepção apontaria os signos como “átomos”, unidades básicas do processo de interação entre pessoas). Os signos são vitais para a comunicação, pois sem eles não haveria linguagem, e conseqüentemente, relações interpessoais. Os signos são responsáveis pelo sentido da comunicação. Aliás, a definição de linguagem do dicionário Houaiss é a seguinte: “sistema de símbolos ou objetos instituídos como signos”. E é bom ressaltar que tudo o que tem a capacidade de transportar significação, pode ser chamado de signo, independente de sua natureza. Seja som, figura, filme, objeto, gesto, palavra, etc. São todos signos, pois são formas de linguagem. Poderíamos ainda visualizar o seguinte: Direito é a linguagem das leis, Medicina é a linguagem da saúde, Óptica é a linguagem da luz e Citologia é a linguagem das células. Comunicam algo. Representam alguma coisa. Portam significado. Este é o ponto!
Estas são as sendas da Semiótica. Uma ótica nova, que analisa a diversidade de perspectivas possíveis para a linguagem em geral. "A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno de produção de significação e de sentido." (Lúcia Santaella). Isto é Semiótica! Alguns chamam de doutrina dos signos. Outros preferem a expressão ciência dos signos. Trata-se na verdade de uma investigação sistemática da natureza, propriedades e tipos de signo.
Representa algo? Carrega ou produz algum significado? Remete alguém a algum objeto? Então, é um signo! E é objeto de estudo da Semiótica! Esta na verdade, antes de ser uma “semi” ótica, é uma “meta” ótica...
Até a próxima...
5 Response to “SEMEION”, Óticas da Comunicação
Explicação precisa e muito boa, onde já entra com os conceitos não só de semiótica,mas também do signo e muito bem explicado!
Parabéns, Adriano, que sua sede de conhecimento posso ser saciada e aumentada durante as aulas!
Titia
Ah não que drooooga, a Kaori foi mais rápida do que eu... hehehe
Mais foi o que eu disse: esse post foi uma aula para mim!
Parece que vou gostar muito dessa história de signos ( Na semiótica é claro) hehehe!
Parabéns Adrix! Boa retomada!
Bjos
Explicação com nível de professor
tirando quaisquer dúvidas
muito obejetivo
Parabéns pela postagem
abraços
Olá turminha,
fico muito feliz que o projeto ainda esteja em prática!
Adriano, parabéns por mais um excelente post!
Já estou com saudades desses meus queridos e preciosos alunos!
Abs,
Flávia Pellegrini
Fala Filósofo!
Minhas férias foi merecidamente mais longa do que a sua, afinal, sou mais velho e necessito de um descanso de acordo com a minha idade. (hehehe...).Em relação ao post, sensacional. Ótimo retorno com um ótimo assunto e uma ótima explicação.
Abraços e até.
Postar um comentário