segunda-feira, 18 de agosto de 2008 Tags: 0 comentários

Sendas da Comunicação

Como é a Comunicação hoje? Pergunta simples que, todavia aponta para outra mais complexa: como tem caminhado a Comunicação no espaço-tempo até chegarem os dias atuais? A preocupação com o ato de comunicar algo e sua eficácia não é inato ao ser humano, e nem surgiu do nada. Vamos retroceder no contínuo espaço-tempo e lançar o “olhar publicitário” sobre as sendas da Comunicação.


A preocupação com a Comunicação começou a ganhar a forma como vemos hoje somente no século XIX. Foi quando se deram conta da necessidade de comunicar alguma coisa, e de como esta deveria ser organizada para obter algum retorno. Se quiser vender algo, devo anunciar o que vou vender, onde e como. É uma observação que parece óbvia hoje, mas nem sempre foi assim. Aliás, foi com uma preocupação destas que surgiu o jornal. Anunciar fazia-se necessário.


Veio o século XX. Surgiram as revistas. Os anúncios passaram a ser ilustrados. Eram os avanços do parque gráfico vindo à tona. Já existiam empresas que buscavam especializar-se em anúncios. E estas estavam evoluindo para um novo formato: começavam a desenhar-se as bases para as atuais agências.


Surgem novas possibilidades para abordar-se um produto. Algumas empresas percebem isto e começam a investir inteligentemente. A Bayer, gigante dos medicamentos, é a primeira a fazer campanhas promovendo os seus produtos. Surgem os jingles. A Publicidade vai para as ruas, na forma de painéis de estradas. É a Comunicação caminhando paulatinamente...


As décadas de 30 e 40 verão um crescimento vertiginoso das técnicas de Publicidade. A Segunda Grande Guerra contribui demasiadamente para isto. O rádio desponta como a mídia cardinal. O Nazismo cria estratégias psicológicas para anúncio efetivo das mensagens políticas. Período de repressão histórico. A liberdade de imprensa praticamente deixa de existir.

Todavia, no meio destas intempéries começam a desenvolver-se estratagemas importantes de Publicidade. Já parou para pensar como o responsável pela divulgação e imagem de Adolf Hitler era inteligente? Pois não foi apenas a força e crueldade que o marcaram. Hitler ficou igualmente marcado pelo carisma que produzia junto ao povo, pela imagem que construiu para a nação alemã. Comunicar é uma arte, e a utilização dela é condicionada por quem inicia o processo de interação. Os meios engendram os fins.


No entanto, nem só de política e mensagens subliminares repressoras vivia o rádio. Surgiram as radionovelas nesta mesma época. Despontavam também os programas de auditório. O pós-guerra viu o nascimento da Guerra Fria, e um novo desenvolvimento das ferramentas e mídias de Comunicação. Foi o anúncio da evolução eletrônica que se teria início nos próximos anos. Os eletrodomésticos multiplicam-se pelos quatro cantos do mundo. Refrigerantes viram mania e ganham o mercado. A Coca-Cola, símbolo do capitalismo norte-americano, começa a sua política de expansão rumo à onipresença que temos hoje.

A década de 50 apresenta a TV. Uma nova era para a informação é então inaugurada. A Publicidade começa a ter investimentos mais consideráveis. Algumas agências tornam-se multinacionais. O setor começa a dar passos mais largos. A década de 60 assiste ao advento da Indústria Cultural Brasileira. Década de 70. Já existia uma organização da Publicidade (a ABA foi criada na década anterior), porém a fase de ouro da Publicidade brasileira começar a desenhar-se somente neste momento. A TV desbanca o rádio como principal mídia. Chega o Vídeo Tape, e a produção publicitária revoluciona-se. Tanto evoluiu que em 1972 Washington Olivetto ganha o Leão de Cannes, prêmio que marcou a Publicidade no Brasil.

As décadas de 80 e 90 assistiram à retificação da maturidade da Comunicação no Brasil. Publicidade tornou-se algo cada vez mais sério. De inicio tudo se centralizava nas agências. Mas isto foi mudando com o tempo. As grandes organizações foram percebendo a necessidade de focarem constantemente o setor. Fazia-se necessária ter um profissional do meio dentro das empresas. Mais que isto, era preciso um setor todo para a organização da Comunicação. Percebeu-se logo que este diálogo não deveria ser somente entre empresa e consumidor, deveria acontecer também com os empregados. Comunicação externa e interna.


Mudaram muitas coisas na Publicidade. E a década de 90 assistiu a consolidação de uma nova grande mídia: a internet. Computadores começaram a ser cada vez mais populares. Era uma nova revolução para a informação. Empresas de tecnologia, como a Microsoft, passaram a ser mais valorizadas do que petrolíferas. Surgia a Era da Tecnologia. Uma palavra dominava cada vez mais os diálogos sobre Publicidade: marketing. Era estruturada a Comunicação no contexto contemporâneo. Todavia, isto é assunto para ser tratado alhures. Nossa linha do tempo exaure-se quando toca os dias de hoje...


Grande abraço e até a próxima!


Adriano José Gonçalves

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